—Vou logo dizendo que só aceitei te encontrar aqui porque quero te mandar, pessoalmente, parar de ficar enchendo o saco das minhas amigas pra ter noticias minhas!
— Vamos sentar numa mesa.
— Não! Vou ficar aqui mesmo, não vou demorar.
— Caçapa, traz uma cerveja e dois copos.
— Não! Traz duas long neck. Não quero dividir nada com esse ai, nem a conta.
— Mas eu ia pagar tudo, Tereza.
— Senhor pode tudo porque tem dinheiro, eu vou tentar deixar bem claro pra você: Eu não preciso do teu dinheiro, tenho o meu! Ouviu, Mario?! Se não, eu posso desenhar no photoshop pra você!
— Tereza, o que eu te fiz pra você começar a me tratar assim do nada? E outra você trocou de número? Eu te mandei uma mensagem no whatsapp, mas só apareceu um tracinho mostrando que a mensagem não foi, e nem aparece mais sua foto de perfil.
— Te bloqueei.
— Por quê?
— Porque lá tem essa opção.
— O que te fiz pra você me tratar assim, Tereza? Eu te convidei aqui pra conversar, pra tentar entender o que tá acontecendo.
— Tu sabe muito bem o que tu fez.
— Não, Tereza, eu não sei. Só sei que a gente tava se dando bem até você começar a me evitar e me bloquear no whatsapp.
— Não vem com essa, tu sabe muito bem do que fez. Cara, eu tava muito a fim de você e você foi super babaca comigo, como um bom playboyzinho que você é.
— Desculpas, “senhora sou da periferia”. Mas eu não tenho culpa de nascer em uma família que tem dinheiro.
— Quantos apelidos você já me deu? Esse já é o segundo, o primeiro foi puta, lembrar?
— Quando eu disse isso?
— Tá com amnesia, “playboy que gosta de ir em bar de pobre?!” Esqueceu da sua mensagem perguntando quanto eu ia te dar uma chance. Quanto?! Quanto?! Você tá achando que eu sou o quê?! Se isso não é me chamar de puta o que é, seu porco!
— Foi o corretor ortográfico, eu quis mandar quando.