#45 Tem casais que a única coisa que tem de comum é o fato de não ter nada em comum.

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A Cibele é de Alcântara, interior do Maranhão, e adora anime. O Thierry é da capital maranhense e acha que anime, coisa na qual chama propositalmente de desenho japonês, é coisa de virgem. A Cibele era virgem quando eles se conheceram e continuou assim por um longo tempo, seis horas após serem apresentados um ao outro por uma amiga em comum dos dois.
Antes de se despedirem trocaram seus números. Pelo aplicativo de mensagens instantâneas marcaram de sair. Ela chama o aplicativo de whatsapp, já ele de atezap.

Fizeram várias tours pela cidade que geralmente terminava em motéis. Às vezes iam ao cinema, o Thierry sempre achou os filmes melhores que os livros, pois nunca teve paciência pra ler nem um. Já ela se surpreende com a capacidade que alguns seres humanos têm de transformar livros incríveis em filmes toscos.
A Alcantarense é universitária e esse foi o motivo que a levou deixar sua cidade natal e se mudar pra São Luis do Maranhão, enquanto o ludovicense enche a boca pra dizer que já acabou de estudar, quando alguém pergunta da sua escolaridade, sendo que só completou o ensino médio.

Ele é contra a legalização do aborto , já sua namorada é contra a mulher não ter autonomia sobre o próprio corpo.
Quando o casal vem ao bar, ele sempre pede cerveja e ela vinho. Geralmente frequentam o bar na sexta, dia de música ao vivo. O quase alcoólatra manda com bastante frequência, aos berros, pra banda da noite tocar pagode; já a apreciadora de vinho, todas às vezes pede, escrevendo em um guardanapo, que toque MPB. Mas uma coisa eles tem em comum, o amor. Ela ama ele e ele também se ama bastante.

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